Resumo:
Esta monografia apresenta uma análise teórica sobre a correlação entre os princípios que
norteiam o Código de Ética dos mediadores e conciliadores judiciais e a ética kantiana através
do valor moral de uma ação que reside em sua intenção pura, consequentemente, autônoma,
durante sessões de mediação e conciliação que utilizam víeis empáticos. O indivíduo como ser
sociável em suas relações cotidianas desenvolve naturalmente situações de conflitos ou embates
por diversos fatores, que pode resultar, como consequência, na busca por auxílio judicial ou
extrajudicial para resolver discórdias. Com isso, surgem os meios consensuais de solução de
conflito, tais como a mediação e a conciliação, que tem o seu próprio código de ética, enviesado
com os valores e princípios de confidencialidade, competência, imparcialidade, neutralidade,
independência, autonomia e respeito à ordem pública e às leis vigentes. A problemática deste
trabalho gira em torno da construção de uma didática de meios e técnicas voltadas a desenvolver
a linguagem empática durante as audiências de conciliação e mediação, que busca gerar um
aprimoramento na solução do conflito e na produção de acordos mais viáveis ao contexto de
cada indivíduo. Utilizando assim, a análise e verificação das origens do conceito de ética, e sua
devida fundamentação através dos preceitos filosóficos de Kant, como forma de auxiliar as
partes e também os mediadores e conciliadores durante as audiências ou sessões, pois, no
contexto kantiano de justiça e ética, o valor moral das ações depende da intenção com que são
praticadas para serem consideradas como uma ação boa ou moral, tendo em vista que, o valor
moral de uma ação boa reside em si mesma, em sua intenção, e não nas suas consequências,
que é o que Kant chama de imperativo categórico, diferente do imperativo hipotético, que se
estabelece na ação que visa obter alguma finalidade específica. Por conseguinte, é clara a
necessidade desse estudo para a sociedade, incluindo o setor acadêmico, ao estabelecer uma
investigação sobre a forma de nortear o desenvolvimento dessa área que envolve os meios
consensuais de solução de conflito, visto que, um bom acordo é aquele em que as partes saem
com a certeza interna de que o conflito foi resolvido da melhor maneira possível diante de seu
entendimento e concepções, compactuando com o compromisso e com a cultura da paz. O
método utilizado na realização do presente trabalho foi o da documentação indireta,
essencialmente, pautada na pesquisa bibliográfica, para se obter um maior embasamento teórico
na filosofia Kantiana, através de consulta de artigos, livros, estudos críticos e resenhas; e, por
meio da pesquisa documental e legislativa, com leis e o Código de Ética dos facilitadores
judicias. Portanto, o desenvolvimento se dará por meio analítico e dialético, através do
raciocínio dedutivo, partindo da generalidade dos aspectos filosóficos da ética kantiana, em
que, serão analisados e avaliados os instrumentos da linguagem empática, incluindo entre os
instrumentos de estudo três entrevistas com especialistas em diferentes ramos da conciliação e
mediação, chegando-se ao conteúdo pormenorizado da consequente aplicabilidade prática nas
audiências ou sessões, seja judicial ou extrajudicial.