Resumo:
Durante os cursos de licenciatura, o Estágio Supervisionado (ES) é aguardado como um
momento de prática de tudo aquilo que foi previamente estudado nas teorias durante os
componentes curriculares, no entanto, entendo que o ES vai além da aplicação, uma vez que
propicia ao professor em Formação Inicial (FI) a constante reflexão de sua práxis, podendo,
portanto, caracterizar a etapa mais significativa do processo de formação. Com isso, o presente
trabalho tem como objetivo geral analisar o percurso do meu processo reflexivo como professora
de Língua Inglesa (LI) sobre as minhas experiências no componente curricular de ES II, por
meio da escrita de um portfólio. A fim de cumprir esse objetivo, foi necessário delimitar os
respectivos objetivos específicos, a saber: I. Identificar os principais temas abordados no
portfólio de ES II; e II. Verificar exemplos de tomada de consciência e autorreflexão sobre a
minha identidade docente. Para dar luz a tais discussões, o suporte teórico foi composto por
Oliveira e Foerste (2023), que discutem o processo de formação docente no Brasil e a formação
dos cursos de licenciatura; por Pimenta e Lima (2010) juntamente com Barros, Silva e Vásquez
(2011), que fundamentaram a discussão acerca do ES; e ainda por Perrenoud (2002) e Freire
(1996), no que diz respeito à relevância da postura reflexiva na formação docente. Com essa
finalidade, a metodologia teve uma abordagem qualitativo-descritiva (Minayo, 2001) por meio de
um estudo de caso (Gil, 2002), com traços de pesquisa narrativa (Paiva, 2008) sendo o corpus
desta pesquisa as reflexões registradas em meu portfólio elaborado no componente de ES II sobre
o período de formação teórica, na universidade, e prática, no estágio de observação e regência de
aulas de LI em uma turma de 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública situada no
município de Campina Grande/Paraíba. O processo de escrita das experiências em sala de aula e
reflexões por meio de um portfólio deu margem à associação a um tema de interesse pessoal, que,
no caso deste trabalho, foram os traços e as cores presentes em desenhos que costumo fazer, o
que me possibilitou narrar com mais fluidez a história a ser contada. Como resultados, foi
possível compreender que a escrita por meio de um portfólio gera mais conforto para o professor
em FI, já que este tem a oportunidade de escrever sobre sua experiência de maneira integral, não
apenas descrevendo suas vivências, mas também expondo suas emoções e tomada de consciência
durante o processo, além de distanciar-se da visão comumente dicotômica entre a teoria e a
prática no processo de ensino-aprendizagem.
Descrição:
LIMA, G. C. S. Os traços e as cores do Estágio Supervisionado II em língua inglesa: um portfólio ilustrado como relato de experiência. 2024. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Inglês) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.