Resumo:
Essa pesquisa surgiu de uma inquietação sobre o atenuado diálogo entre os povos citadino e da floresta
na sociedade e na produção cultural. Escolhemos a temática da reconstrução da identidade indígena no
campo da produção literária de Daniel Munduruku, um autor interagindo com o antigo colonizador,
nos espaços acadêmicos, políticos, artísticos, etc.. Ao vasculharmos o percurso literário brasileiro,
percebemos que, atualmente, com os avanços de políticas indigenistas, já encontramos obras
produzidas por autores indígenas, cuja voz tenta nomear a si mesmo e a seu grupo, diferentemente dos
primeiros séculos de nossa formação, em que apenas havia a referência aos povos das florestas nos
movimentos literários em nosso país, e, na maioria das vezes, com um discurso arraigado no exotismo,
herança do nosso passado colonial. Neste trabalho, analisamos a perspectiva política e estética de
Daniel Munduruku em três narrativas de sua produção literária infantojuvenil: Coisas de Índio (2000),
Um Estranho Sonho de Futuro (2004), e Os Filhos do Sangue do Céu (2005). A análise das obras
constituintes do nosso corpus foi embasada por alguns teóricos que lidam, predominantemente, com os
temas do hibridismo cultural e da identidade. Dentre eles, destacamos García Canclini (2003) e seu
diálogo interdisciplinar sobre o processo de globalização; Woodward (2012) e Hall (2005), sobre os
processos de construção identitária e a fragmentação e deslocamento da identidade cultural na
modernidade.
Descrição:
Costa, A. A. da. A representação da identidade indígena na pena de Daniel Munduruku. 2015. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015.