Resumo:
No presente artigo temos por objetivo analisar as contribuições do brincar na infância e, sob o
olhar e sentir de crianças que frequentam a pré-escola, também analisar o espaço e valor
atribuídos ao brincar, por instituição escolar que atendem a essas crianças. Atualmente há uma
crescente escolarização precoce, por parte de instituições de Educação Infantil, exigindo de
crianças competências exacerbadas, e acabam por secundarizar atividades lúdicas, fundamentais
para o desenvolvimento integral dessas crianças, bem como para aprendizagens mais
significativas. A instituição campo de pesquisa foi uma escola da rede privada de ensino da
cidade de Fagundes-PB. A pesquisa de cunho qualitativa ocorreu através de
entrevistas/conversas e observações do brincar, por crianças de 4 a 5 anos de idade, que
frequentavam a referida instituição durante o período de março a novembro de 2018. Assim
sendo, elas se constituíram os sujeitos deste estudo. Para fundamentar o trabalho, buscamos
contribuições em VYGOTSKY (1998), FRIEDMMAN (2012), MOYLES (2006), dentre outros.
Além de se observar a preferência por brincadeiras que envolvem aparelhos eletrônicos,
crianças são privadas de brincar livremente em espaços públicos, em decorrência, dentre outros,
dos índices de violência urbana. Ademais, instituições escolares parecem limitar os espaços do
brincar, e primam por uma escolarização precoce na Educação Infantil. Em instituições que
atendem este nível de educação, o brincar pode ser considerado uma atividade barulhenta e
improdutiva. O ato de brincar, garantido por lei e em documentos oficiais que norteiam práticas
curriculares e pedagógicas da Educação Infantil no Brasil, ainda não garante e valoriza
efetivamente essa ação lúdica que otimiza o desenvolvimento e aprendizagem de crianças. Um
dos principais resultados deste estudo, revela a supervalorização da realização de atividades em
folhas e livros e a desvalorização do desenvolvimento e aprendizagens favorecidas pelo brincar,
sendo este reduzido apenas ao tempo do intervalo, contrariando os parâmetros oficiais que
foram criados para nortear práticas dentro da Educação Infantil. Por fim, concluímos que, apesar
de ainda ser difícil para as pessoas valorizarem o brincar, para além de uma atividade ociosa e
barulhenta, as atividades lúdicas por meio de brincadeiras e jogos são imprescindíveis para o
desenvolvimento integral das crianças, em seus aspectos sociais, físico-motores, cognitivo,
psicológicos, afetivos, dentre outros.
Descrição:
ANDRADE, K. R. de. O brincar na fase pré-escolar sob o olhar e o sentir das crianças. 2019. 31p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.