A árvore da memória versus a árvore do esquecimento: um relato artístico literário a partir do livro A bela acordada na escola pública

Abstract

Nas últimas décadas, devido às mudanças na legislação educacional do país, percebemos que as temáticas relacionadas às relações de igualdade étnico-raciais ainda não são muito evidentes, sabendo disso, abordaremos uma experiência, desenvolvida a partir do uso da Literatura Infantil/Juvenil que trazem temáticas negras, tendo o auxílio do livro A Bela Acordada da autora Lígia Pereira dos Santos. A partir dessa perspectiva desenvolvemos o presente estudo, com crianças entre 09 e 13 anos matriculadas no 4º ano do Ensino Fundamental na Escola Pública na cidade de São Sebastião de Lagoa de Roça - PB. O estudo aqui apresentado foi realizado no contexto da Pandemia do COVID-19, parte com aulas no modelo remoto, através do Google Meet e parte com aulas no modelo híbrido presencial com escalonamento da turma, dentro deste contexto pandêmica, desenvolvemos atividades virtuais com temáticas negras, discutimos sobre o racismo estrutural e as várias formas de discriminação com o povo negro, conhecendo também sua cultura, culinária, artes e religiosidade a partir de vídeos, livros e documentários. Foi partindo da história herdada referente a exploração humana e das Afro-literaturas Infantil/Juvenil, que novas abordagens foram traçadas para recontar histórias de cunho africano, e produzir materiais artísticos-pedagógicos, baseando-se no livro A Bela Acordada entre outros, com o intuito de enaltecer a cor negra, a arte, a cultura, suas lutas e conquistas no decorrer da história, fazendo uma triste menção à Árvore do Esquecimento, que é um símbolo tão relacionado ao tráfico e exploração humana negra e contrariando-a com a construção da Árvore da Memória, enaltecendo o africano como parte importante da construção social brasileira, trazendo a importância da representatividade negra em diversas áreas de conhecimentos. Portanto, trazemos como contribuições no campo artístico-literário produções que valorizam o afrodescendente, salientando o cumprimento da Lei 10.639/2003 na formação de uma educação inclusiva para todos, que promova a igualdade e o respeito étnico-racial.