Resumo:
Esta pesquisa teve por objetivo investigar os direitos de parentalidade através da cessão
temporária de útero, à luz da jurisprudência pátria, a partir do exame dos aspectos conceituais,
históricos e da tipologia de reprodução medicamente assistida. A pesquisa se justifica sob as
perspectivas jurídica e social em razão da importância da família como base da sociedade e das
transformações que ocasionaram, outrossim, novo entendimento do que é uma família a partir
da ordem constitucional de 1988, sobretudo, em razão dos princípios da dignidade da pessoa
humana, da não-discriminação e da afetividade. O reconhecimento de novos arranjos
familiares, como das famílias homoafetivas e monoparentais, ensejou demandas inéditas no que
tange aos direitos de parentalidade e de filiação. Para usufruir destes direitos, surgiu a utilização
dos métodos de reprodução medicamente assistida e da cessão temporária de útero. Todavia,
ainda não há legislação que discipline tais possibilidades. Essa lacuna enseja discussões
doutrinárias e demandas judiciais. Para tanto, qual é a posição dos tribunais pátrios sobre a
cessão temporária de útero e os consequentes direitos de parentalidade? Para responder ao
problema, fora realizada pesquisa dedutiva, através de revisão de literatura sobre o tema. Ao
final, constatou-se que é urgente sanar esta lacuna legal, posto que as resoluções vigentes do
Conselho Federal de Medicina e as decisões dos Tribunais, em razão da crescente
judicialização, não são suficientes para proporcionar segurança jurídica aos pais e mães que
desejam concretizar seu direito de parentalidade.
Descrição:
AZEVEDO, I. N. de L. G. Direitos de parentalidade e cessão temporária do útero à luz da jurisprudência pátria. 2023. 57f. Monografia (Especialização em Prática Judicante) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2023.